sábado, abril 21, 2007

descaminhos ou como filosofar com um chinelo

As idéias são possessivas, e quantas vezes já nos percebemos girando ao redor delas com expressões angustiadas? Voltas investigativas num universo que ao mesmo tempo que é íntimo, pelo seu modus operandis, é estranho e novo, pelas suas sempre inesgotáveis possibilidades. Lobo, macaco ou hiena, mil faces da alma. Bobo, opaco ou sem pena, quem dentre nós me condena? Fora está o beijo quente que nutrio, o rio de pele e pêlo que você atravessa sem perceber. imagens ou imaginação, pensamento ou ação, boca ou tentação.
Não pertenço à nenhuma cela e minha condenação veio do carrasco em mim mesmo, indefeso palhaço que ri do espelho que zoa e maltrata sem zelo. a polidez na lata de lixo dessa transportadora de ilusões chamada vida. a medida que encolho, escapo. Conheço a fuga como quem viveu perambulando por cadeias, um coiote sem deserto, um lobo sem estepe.
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o prazer de viajar esta em se perder. por isso viajar sozinho é uma experiência necessária, as vezes dois são um só, mas a cumplicidade afoga as experiencias mais profundas, deixadas de lado em nome do conforto do espelho conhecido nublam o incerto e a deriva nos aguas tranquilas da alteridade. Poucas pessoas tem coragem para fazer aquilo que sabem, pouquíssimas. Estou aqui, longe de mim e de todos e nesses dias eu quero ver o esfacelamento do mundo porque aqueles que tentam salvar o mundo com a razão descobrem a sua pequenez.

3 comentários:

Marcelo Fonseca disse...

Cada manhã, eu espero que seja nova, e que um pedaço de mim não morra. Eu me faço homem novo no tempo. Algumas coisas ficaram de uma era que você já me conhecia, outras viraram lembranças apenas. É difil meu caro...A gente acorda cada dia mais perto da cova, lutando para viver mais. Acho que é isso, você, eu, mais uma meia dúzia ainda somos humanos.

abraço.

Anônimo disse...

Velho cardíaco Canálha cáustico,
Carnando a caravela primaveríl de nossa mente, remai-vos irmãos! Pelo mar de vapor...

Pra semana o sinal.

Anônimo disse...

"Elementar meu caro Watson, elementar."

Tão certo como a morte.
Tão inteligente como a água.