sexta-feira, maio 26, 2006

um oceano de uísque

eu naufraguei, em algum lugar ou amor passado, em algum copo ou baseado.
já naveguei, sem destino e amedrontado, temendo os meus pecados.
mas ainda sou novo e consigo sorrir, mesmo das tempestades do porvir.
e quem branda contra a minha loucura que olhe para si mesmo e aceite a sua.

quinta-feira, maio 25, 2006

dos meus paraísos artificiais.

o tempo nunca esteve do meu lado, acredito que ele nunca esteve do lado de ninguém, como diz a famosa frase "le temps détruit tout" e é assim que a banda toca. mas existem aqueles paraísos artificiais, lugares onde você se esconde do tempo, abraça o infinito e contempla o delírio. as vezes mergulhado em um bom gole, ou enfumaçado por um delicioso aroma vindo de cabrobró, nessas ocasiões outro ritmo nos toca, pela lembrança ou esquecimento somos guiados e a razão perde espaço, se deixa levar nesse barco ébrio que é a mente sob efeito das substâncias. o gosto pelo infinito rege os homens descompromissados com a mesquinhês dos tempos modernos, quando falam vagabundo, dizem de boca cheia, viram copos, e assassinam o tempo em mesas sujas de bar. Uma linha tênue separa o infinito do abismo e infelizmente é o maldito tempo que irá nos mostrar isso, mas só quando acabarem os doces paraísos artificiais.

(continua um dia)

quinta-feira, maio 18, 2006

tempestades primaveris

por alguns segundos escapa-me como uma brisa, mas em seguida volta para mim e volta como uma enorme tempestade que atinge meu corpo que sente como tudo isso é estranho e forte e físico. confesso que fico assustado e medroso, nunca a incerteza me pareceu tão angustiante e insuportável, como um naufrago que revê seu amor pelo mar no meio de um deserto oceânico. Se tudo isso tem uma razão, inracional que seja, aparece para mim como um desafio, talvez o maior que já enfrentei e como isso me excita. Não pelo desafio em si (que ultimamente tenho evitado), mas pelo o que ele alcança dentro de mim.

corrigir e organizar.

sábado, maio 06, 2006

poeminhas

venha comigo
eu conheço um abrigo
onde eu posso te amar
o que você então vai achar
se é triste ou engraçado
que o nome desse lugar
seja passado?

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te amo tanto
te amo tanto que dói
como a maresia que corrói
vinda do oceano de meu pranto.

poesias em construção, nunca pensei que fosse escrever uma sequer. obrigado vinicius

terça-feira, maio 02, 2006

a cidade escreve um nome

existe uma cidade identica à vitória que por trás da realidade, invisível em sua forma e conteúdo, nasce e morre todos os dias ao contrário da slow death da cidade oficial. essa vitória invisível com seus sonhos mudos e seus diálogos nadaístas não tem medo de morrer, seus sonhos duram o necessário para amanhecer um outro dia.
é a cidade das prostitutas, dos mendigos e dos pivetes. a cidade dos que se perdem em sua rotina ou sentam num banco só para ver o tempo passar. é o desvio, o medo e o delírio. está fora das caixas de ferro motorizadas, dos engravatados, dos mapas oficiais e dos cartões postais.

1.2
por mais que os monumentos erquidos ao ego tentem transparecer uma validade muito maior que seu merecimento por causa da suas armaduras de concreto e seus cálculos com margens de risco acima da média, sabemos muito bem que sua função inicial e importância evaporam-se tão rápidos quanto o mijo de um vagabundo no sol quente de todas as estações. ao uso coube o improviso como aquele que lida com o o novo a cada instante. (cartografias do alcool)