segunda-feira, abril 02, 2007

Sentia-se mal e fraco, não em sua moral ou julgamentos, era seu corpo que padecia, notara que seu apetite para aquilo que considerava vida havia diminuído. Começou um auto-tratamento, como sempre fazia - pelos com as doenças da alma, diminuiu os cigarros e começou alguns exercícios, mas sua rotina era um constante desmoronamento. Comprou um maço de cigarros para evitar que, num momento de fraqueza, pedisse à alguém. Preferia sua tosse monstruosa a estabelecer alguma espécie de contato com outros fumantes, aquele orgulho burguês de não se portar como pedinte, porque se o cigarro já era visto por ele como uma fraqueza, fazer do seu vício uma razão de comunicação atormentava-o. Preferia o silêncio pois sempre que escutava conversas perdidas pela cidade ficava assustado com as imbecialidades modernas, preferia o silêncio por que não queria fazer parte dessa estatística e silenciosamente se saía bem das mais difíceis encruzilhadas que a vida havia colocado em sua frente.
O fato de ter um maço cheio atiçava seu desejo pela nicotina e sabia que provávelmente fumaria tudo e rápido. Mas estava satisfeito com seu pensamento burguês.
Acreditava que toda aquela fraqueza servia-lhe de alguma forma. Mostrando o quanto escrever carregava consigo uma certa mortandade interna, fúnebre ritual de transformar a vida em palavras mortas, em folhas de árvores mortas para durar além da vida.

3 comentários:

Anônimo disse...

Porque eu ainda acho essa quinquilharia em forma de frases uma preciosidade.

Se meu caro, Excelentíssimo Vícios Imorais me permite, ainda que o pensamento seja burguês, o "fumar" é um luxo!

Isso aqui Amansa Louco e é música pro meu olfato! Eu sinto o cheiro!!

Saudade de você senhorito.

Anônimo disse...

pô, léo, ctrl c + ctrl v no "lobo da estepe", bicho? dá os créditos ao hesse, né.

Anônimo disse...

hehe. tá. ok. admito que é mentira. não copiou, não. :)