quinta-feira, março 22, 2007

o que sou senão a miragem do meu próprio eu? Uma pergunta idiota respondida sem foco nos dias do império da visão. A claridade que não ofusca revela não mais do que o vazio. Foda-se! Hoje não existirão arestas e tudo vai descer o abismo infinito, deslizar por curvas imaginárias. Hipótese confirrmada pelo gosto dos oceanos e estradas de palavras e gargalhadas. Vendo a alegria nos dias de tristeza e ressabiado sorrio doentio para seus olhos carinhosos como quem sem medo treme e sem choro gagueja por um beijo, idiota que seja! Não sou mais do que isso.
De volta deparo-me com o sem graça e disfarço uma saída do embaraço. Se soubessemos os prazeres da liverdade não haveria mais tempo ou dias, sem ressentimentos te amo minha música.
"O céu me apareceu cheio de encanto" e a chuva finalmente é percebida, peranbulando por músicas e ruas o encontro ainda encanta corações estragados que estraçalhados no tempo e no espaço, na rotina e no descompasso sorriem diante do desenlance. - "No sepa lo que soy. Yo crèo que soy un beso. Una salita de recepición, una musica cantada para la luna. "
A certeza que dissipada canta sua essência efêmera, fumaça fuliginosa como gosta de dizer vulgarizada pela esquecidiça condição de existência.
-"Yo solamente soy essa noche calieñte! Mira me. solo su ritmo alucinado! Mira me no hay nombre, solamente cuerpo e dança".
Misturou goles com filosofia sem perceber rastros despejou sua mão novamente sobre o papels, diretos de direita dignos de seus idolos boxeadores esmurravam sua cabeça contra o ânimo. - Meu repelente é ácido expulsa mosquitos travesseiros que atravessam as noites.
Qualquer elemento surrava-lhe a mente, fraco ouvia a chuva em catarze que seus olhos molhados se fecharam para o amanhã.

domingo, março 18, 2007

e o silêncio e a alma

oh alma trancafiada, que nao uiva, mas cala. dorme, dorme e dorme e, quando não, cava sua própria vala.
parece aceitar a jaula, mas conhece os sintomas de sua clausura. ignora-os ao gosto do momento. por onde sorrateiramente transborda essa alma? mutável, prefere a fumaça à forma. escorregadia e foliginosa e calma. doces são os tempos de liberdade quando escapa de seus próprios tormentos, quando finge ter algum talento. sabe-se que é resistente ao silencio. então controla o incêndio e quase deixa escapar, palavras de amor ou raiva nesses dias sem paladar. vai alma penada, desce a escada, atravesse a parede e transborde a rede com sua sede. bêba até o último gole porque você entende mais lúcidamente de porre e se alguem te importunar, mande a loucura procurar. oh alma tranca afiada. devagar, devagar, devagar. bocejar, bocejar, bocejar. que ampla cadeia que é o silêncio mas que dói e aperta mais o coração do que escrever.