quinta-feira, junho 19, 2008

rapidas anotações sobre alucinações

"Ganhar-se-ia bastante se, pela instrução em tempo apropriado, fosse erradicada nos jovens a ilusão de que há muito a encontrar no mundo. Porém, é o contrário que acontece: na maioria das vezes, conhecemos a vida primeiro pela poesia, e depois pela realidade."Arthur Schopenhauer

Não vou perder tempo com o período dos relâmpagos que cortavam aquela terrível tempestade, nesse momento singelo e solitário todo significado ganha a força instintiva do espasmo, a compreensão lampejante é intensa e profunda como o susto. Esses dias tempestuosos antecederam uma reflexão profunda e ressaqueada da existência de Brener, uma pessoa com o olhar acostumado à escuridão não conseguia interpretar tamanho dispêndio de clareza. O efeito óptico desorientava aquele que já estava perdido.

Despedaçado o infeliz conseguiu enxergar na sua própria ruína algo de sugestivo, o esfacelamento do individualismo. Até a compaixão, que sempre foi uma virtude controversa para ele, procurou como oásis. Culpava-se por sua ignorância ao mesmo tempo em que sentia um orgulho masoquista daquelas conquistas. O mesmo orgulho que drenou sua vida e quase o matou sem derramar uma gota de sangue sequer, transformava aqueles dias numa poderosa tempestade contra o seu ser. Uma daquelas tempestades que pessoas como Conrad encontraram entre a monotonia da existência marítima. "O engano é uma benção – dizia para si próprio – nele construí minha morada e dele sou o resultado mais puro. Policiais e médicos de plantão acertadamente me acusaram de louco quando tratei da pureza sobre minhas condições, mas seus históricos serviços para a manutenção do senso comum e subserviência geral deslegitimam suas palavras. Caminhar no engano é uma parte importante do labirinto da verdade, só não achava que seria tão longo e doloroso".

Ele caminhava com um aspecto de perdido pelas ruas, não percebeu que estava chegando em casa, nem que estava falando sozinho e muito menos que lhe observavam. Quando percebeu logo tratou de não se preocupar com a aparente insanidade, mas já era tarde.. havia perdido o fio da meada.

5 comentários:

Anônimo disse...

acho que todo mundo é um pouco louco.
uns mais, outros menos.

Anônimo disse...

ah, e eu preferia o fundo azul.

Anônimo disse...

Achei que era pior para ler.

Mel Vivaldi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Mel Vivaldi disse...

Opa...entao, to tentando deixar a vergonha pra la...pd adicionar sim...ia postar um outro hoje, mas n me veio aquela tal de inspiracao, nem mesmo a obrigacao eu quis obedecer...!
Vou adiciona-lo tb, ok?
Abraco.